quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Belo Monte. Obras paralizadas pelos indígena,

Os cerca de três mil funcionários envolvidos nas obras da Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, tiveram que voltar para suas casas, na manhã desta quinta-feira (27). Eles foram impedidos de acessar o local de trabalho por cerca de 200 indígenas de várias etnias, que não aceitam a implantação do projeto da hidrelétrica na região. O protesto dos índios tem apoio de movimentos sociais e, de acordo com os líderes, todos estão prontos para a guerra. Se for necessário, mais índios irão desembarcar nas próximas horas para reforçar o protesto.
A rodovia Transamazônica foi bloqueada para o tráfego nas proximidades do canteiro de obras. Os índios ameaçam atear fogo nos veículos e maquinários da Norte Energia (empresa construtora da usina), caso o governo não aceite as exigências dos povos ribeirinhos e demais atingidos pelos impactos previstos pelo empreendimento.
Uma fila com cerca de dois quilômetros já está formada na rodovia Transamazônica. Caminhões com cargas perecíveis e ônibus são os mais prejudicados. A Norte Energia ainda não se pronunciou sobre o movimento e a possível invasão dos manifestantes.
Os manifestantes querem a presença de representantes do governo federal para uma conversa. Entre as solicitações, eles querem que os direitos de todos os atingidos pelos impactos da barragem sejam respeitados.
De acordo com o cacique caiapó Irê-ô, todos estão prontos para a luta. O maior problema enfrentado pelos indígenas é a falta de informação sobre o destino dos povos à margem do Xingu. “Se alguém da Norte Energia vier conversar com a gente e explicar pra nós sobre isso, será bom”.
Desde o início desta semana, movimentos organizam ato de repúdio a Belo Monte. A diretora da organização não-governamental Justiça Global, Andressa Caldas, disse que o governo desrespeita e deslegitima o sistema interamericano de Direitos Humanos, depois de a CIDH determinar em abril que o Estado brasileiro suspendesse as obras de Belo Monte.

(DOL, com informações de Odair Oliveira/Sucursal do Diário em Altamira)

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