sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

SALÁRIO MÍNIMO, DESIGUALDADE MÁXIMA.

O congresso brasileiro aprovou em fevereiro de 2011 o novo valor   do salário mínimo para R$ 545,00. Apenas 6% Vergonhoso  foi o aumento aprovado pelo congresso para os salários dos deputados federais que aumentou 61,83% numa votação sem muito debate para esconder este escândalo do povo brasileiro.
No Pará não foi diferente os deputados estaduais aumentaram de R$ 12 mil para R$ 19,5 mil brutos. Deveria ter uma eleição para decidirmos nosso salário.
O inexplicável é que o Partido dos Trabalhadores sempre foi um crítico dos valores do mínimo em tempos passado. Como mostra esta foto.
Ela  é de maio de 2000, durante a votação do salário mínimo no Congresso Nacional.  Naquela oportunidade, o aumento dado por Fernando Henrique Cardoso foi de 19,2%. Os petistas acharam pouco e tinham razão. Fizeram troça com o governo.
Hoje, desgraçadamente, Dilma está ofereceu 6,9% e eles acham  muito. Fazem troça com a nossa cara
O  reajuste do salário mínimo agora será por decreto até 2015, conforme está  no projeto votado em 23 de fevereiro/11 ou seja durante o governo Dilma não haverá mais votação no congresso, ela determinará o valor com base na inflação do ano anterior mais o crescimento econômico de dois anos antes.
                                                                       
Antonio Nilso

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

STTR e IDEFLOR distribuiram mudas grátis em Brasil Novo

Na última segunda-feira (21/02/11) O STTR - Sindicato de Trabalhadoras e Trabalhadores Rurais de Brasil Novo em convenio com o IDEFLOR - Instituto de Desenvolvimento Florestal do Pará entregaram mudas de Mogno africano e brasileiro, cacau, acapu, açaí, paricá, sucupira e outras produzidas pela diretoria do STTR em um viveiro na propriedade do Senhor Fausto Boa a 1 km da cidade de Brasil Novo. O evento aconteceu sobre chuvas que caiam na cidadenaquela manhã, preocupando motoristas e trabalhadoras/es rurais que estavam no local para pegarem suas mudas.
Pessoas das  vicinais de Brasil Novo, Medicilandia e Altamira. assinavam um termo de compromisso das mudas que levavam, se comprometendo plantar em suas propriedade consociada com outras plantas
O coordenador do IDEFLOR regional Xingu, Alexandre Lunelli, esteve presente durante todo o dia e participou ativamente do mutirão de entrega das mudas. Carregando e colocando as sacolas nos carros que apareceram todos os modelos: De carroça, tração animal a girico, boiadeiro, motos e outros. A Presidente do STTR Jiovana que participou dos mutirões desde do inicio quando foram enchidas as sacolas, preenchimentos dos cadastros e limpeza do local.  A entrega durou até a tarde quando pessoas ainda esperavam transporte ou vigiavam suas mudas, pois a parti do momento da entrega o STTR passava a responsabilidades para os plantadores.

fonte: Antonio Nilso

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Obras do AHE Belo Monte está previsto iniciar dia 21/02/11.

Começam nesta segunda-feira (21), as obras da maior usina hidrelétrica da Amazônia, segunda maior do Brasil. Para tornar irreversível a usina de Belo Monte no rio Xingu, sudeste do Pará, o governo federal incentivou a empresa Norte Energia S. A., responsável pela construção de Belo Monte, a antecipar para ontem a assinatura do contrato com o consórcio construtor das obras civis da usina, localizada na região de Altamira.
A primeira ordem de serviço para o início dos trabalhos da usina de Belo Monte será emitida nesta segunda-feira, autorizando o início das obras de terraplanagem, a construção dos canteiros de obras e a implantação e melhoria de acessos. A segunda ordem de serviços, que contemplará o objeto do contrato, ou seja: as obras definitivas da usina hidrelétrica, ainda não foram agendadas pela Norte Energia. Dez empresas fazem parte do consórcio construtor de Belo Monte, que será liderado pela empreiteira Andrade Gutierrez, e receberão nesta primeira etapa R$ 13,8 bilhões, o maior contrato do governo federal em vigência no País. As empreiteiras que participarão da construção de Belo Monte são: Camargo Corrêa, Norberto Odebrechet, OAS Ltda, Queiroz Galvão, Contern, Galvão Engenharia, Serveng-Civilsan, Cetenco e J. Malucelli.
O governo federal tem interesse na rápida construção de Belo Monte, obra incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e que sempre teve o incentivo da hoje presidente Dilma Rossef desde os tempos em que ela, Dilma, comandou o Ministério das Minas e Energia, no primeiro mandato do presidente Lula.
Polêmica, a usina de Belo Monte vem sendo questionada pelo Ministério Público Federal, organizações não governamentais ambientalistas e indigenistas, nacionais e estrangeiras, e até mesmo por órgãos governamentais, como a Fundação Nacional do Índio (Funai).
A UHE Belo Monte terá capacidade instalada de 11.233,1 MW de potência e geração anual prevista de 38.790.156 MWh ou 4.571 MW médios. A geração de energia de Belo Monte começará em fevereiro de 2015.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Jader Barbalho, o campeão de faltas em 2010, vai ser julgado nos Estados onde cometeu crimes políticos

O Congresso em Foco, site especializado em política, mostra que Jader Barbalho (PMDB) foi o deputado que mais faltou sem explicação na Câmara em 2010. O ex-parlamentar, tornado inelegível pela Lei da Ficha Limpa, em julgamento no Supremo Tribunal Federal, ele também fechou o mandato sem apresentar nenhum projeto de lei
Levantamento feito com exclusividade pelo Congresso em Foco com base em informações oficiais da Câmara dos Deputados, mostram que ex-deputado foi o que mais teve faltas não justificadas, entre todos os 513 deputados de todo o país. Ele faltou a 216 sessões de votação, das 422 que ocorreram em 2010. Com este número, Jader mais faltou do que esteve presente. O percentual de
ausência chega a 61,4%.
A lista dos deputados que menos compareceram ao plenário na atual legislatura é composta por representantes de nove Estados e oito partidos políticos. Encabeçam a relação os deputados Nice Lobão (DEM-MA), Jader Barbalho (PMDB-PA), Vadão Gomes (PP-SP), Ciro Gomes (PSB-CE) e Marina Magessi (PPS-RJ). Marcos Antonio (PRB-PE), Miguel Martini (PHS-MG), Fernando de Fabinho (DEM-BA), Silas Câmara (PSC-AM) e Alexandre Silveira (PPS-MG) completam o ranking dos dez parlamentares que somaram mais ausências nos últimos quatro anos. De todos, apenas três foram reeleitos: Nice Lobão, Silas Câmara e Alexandre Silveira.
Processos que estavam no Supremo voltam à 1a instância
Sem a imunidade garantida pelo mandato parlamentar, o ex-deputado federal Jader Barbalho (PMDB) começa a ter seus processos baixados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para a Justiça Federal em vários Estados.
O procedimento está sendo solicitado pela Procuradoria Geral da República nas dezenas de ações em que o ex-deputado é réu. Ao renunciar ao mandato, no dia 30 de novembro de 2010, o cacique do PMDB perdeu o foro privilegiado que atribuía exclusivamente ao STF a competência para julgá-lo. Com isso, Jader conseguiu tumultuar ainda mais as ações, protelando o julgamento. O ministro Ricardo Lewandowski mandou, de uma vez só, três ações penais para a Justiça Federal de Mato Grosso e Piauí e para o Tribunal Regional Federal da 1ª Região, com sede em Brasília, conforme despachos assinados no último dia 7 e já publicados pelo Diário de Justiça.
"Falsidade ideológica, formação de quadrilha ou bando, estelionato, lavagem ou ocultação de bens, direitos ou valores" são apenas algumas das acusações formalizadas contra Jader na Ação Penal nº 397, ajuizada pelo Ministério Público Federal no ano de 2005, numa lista de crimes quase tão longa quanto seu currículo político de ex-senador, ex-governador e ex-deputado. Essa ação foi remetida à 2ª Vara Federal da Seção Judiciária do Mato Grosso.
FONTE:  O Liberal Digital.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

QUEM É O PALHAÇO AQUI? RESPONDA-ME

O grande parlamentar brasileiro TIRIRICA foi diplomado em 17.12.2010...
Salário: R$ 26.700,00
Ajuda Custo: R$ 35.053,00
Auxilio Moradia: R$ 3.000,00
Auxilio Gabinete: R$ 60.000,00
Despesa Médica pessoal e
familiar: ILIMITADA E
INTERNACIONAL (livre
escolha de médicos e clinicas).
Telefone Celular: R$ ILIMITADO.
Ainda como bônus anual: R$ (+ 2 salários = 53.400,00)
Passagens e estadia: primeira classe ou executiva sempre
Reuniões no exterior: dois
congressos ou equivalente todo ano.
Mensalão: A COMBINAR!!!
Custo médio mensal: R$ 250.000,00
Aposentadoria: total depois de oito anos e
com pagamento integral.
Fonte de custeio: SEU BOLSO!!!!!!
Dá para chamá-lo de palhaço?
Pense quem é o palhaço!!!
É preciso dizer ?

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Celebração do 6º ano de Martírio de Dorothy (12/02). Veja nota da CPT


A CPT - Comissão Pastoral da Terra Xingu – Anapu/Altamira, em conjunto com os movimentos sociais subscritores, por ocasião do 6º aniversário do assassinato de Ir. Dorothy, vem, a público, repor a verdade dos fatos e denunciar a postura totalmente divorciada dos interesses dos trabalhadores excluídos dos assentamentos de Anapu.
O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Anapu com apoio da FETAGRI de Altamira e Prefeito de Anapu tentaram se aproveitar e utilizar para seus interesses, um grupo de trabalhadores rurais que ocupam ilegalmente parte da área de reserva legal do Projeto de Desenvolvimento Sustentável Esperança em Anapu-PA.

Lembramos aqui que:


A situação começou quando, no dia 10 de janeiro passado, os trabalhadores, assentados legalmente no PDS, passaram a bloquear o tráfego de caminhões dos madeireiros na principal vicinal de acesso ao referido assentamento, solicitando a presença da Superintendente do INCRA, Sra. Cleide Souza para ouvir suas reivindicações, quais sejam:

- Construção de Guaritas com vigilância nos acessos ao PDS para coibir a extração ilegal de madeiras;
- Aceleração no processo de vistoria para retomada das áreas ocupadas ilegalmente e retirada dos ocupantes da área de reserva legal com consequente remanejo dos mesmos para locais em que podem ser assentados.
No dia 18 de janeiro a Superintendente reuniu com os trabalhadores, comprometendo-se em atender a pauta reivindicada. Todavia, ao retornar para Anapu, no km 8 da Vicinal do Santana, teve sua passagem bloqueada pelo grupo manobrado pelo sindicato, que não desejava a colocação de guarita, haja visto que não somente ocupam irregularmente a área como extraem madeira ilegalmente do PDS. A Sra. Cleide só pode prosseguir viagem após algumas horas e sob a promessa do grupo ser ouvido pelo Ouvidor Agrário Nacional, não obstante tais pessoas já terem negociado exaustivamente com o INCRA, mas em razão de não terem seu pleito ilegal atendido, teimavam em prosseguir sob o comando espúrio do ex-presidente do STTR e hoje presidente da Câmara de vereadores, Luiz Sena; de Manoel de tal, atual presidente do STTR; da Sra. Jaqueline, secretária da associação dentro do PDS, de Josildo, atual vice-presidente do STTR e de uma associação dentro de um projeto de assentamento, todos com apoio ostensivo do prefeito de Anapu e presidente do Consórcio Belo Monte, Francisco de Assis conhecido como “Chiquinho do PT.”
A audiência pública então solicitada por esse grupo foi realizada no dia 25 de janeiro de 2011 no galpão da Igreja Católica em Anapu denominado Centro Cultural Dorothy Stang, contando com a presença do Ouvidor Agrário Desembargador Gercino – OAN, representante da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, do INCRA, Ministério Público Federal, polícias Federal, Força Nacional dentre outros.
Nessa ocasião, foram ouvidas, por todos os presentes, as incitações feitas pelos senhores Josildo e Luis Sena, que gritavam para o povo responder se queriam a CPT e as irmãs de Notre Dame, o estimulando a responder “Fora”. Lembrando o calvário de Jesus Cristo, quando os romanos perguntavam ao povo quem queriam que fosse solto, se Jesus ou Barrabás.

Ainda nessa audiência pública esse grupo, liderado por Josildo e Luis Sena, que inclusive foi notificado pelo INCRA a deixar as terras por facilitar a retirada de madeira ilegal aos madeireiros, fez acusações gravíssimas aos membros da Comissão Pastoral da Terra, alguns chegando a afirmar que o coordenador da CPT, Padre Amaro não devia se meter e deveria parar de denunciar, junto com trabalhadores, a extração ilegal da madeira ao INCRA e ao Ministério Público Federal, e que devia parar de perseguir pedindo fiscalização por parte do Órgãos nas entradas das vicinais do PDS Esperança.

O prefeito de Anapu Francisco de Assis, conhecido por “Chiquinho do PT” tem adotado postura contrária ao desenvolvimento sustentável da região, fazendo coro com os madeireiros, tendo inclusive como vice prefeito o madeireiro e sudanzeiro Délio Fernandes, mencionado no inquérito que apurou a morte da Irmã Dorothy, como aquele que tentou ajudar na fuga de dois dos envolvidos, Tato e Bida.
Chiquinho do PT, além de prefeito, é o presidente do Consorcio Belo Monte, e sua postura é tão favorável aos madeireiros que em 2009 pressionou a então governadora do Pará, Ana Julia Carepa, também do PT, a pedir a saída do gerente do escritório do IBAMA, tudo porque esse gerente trabalhava intensamente na fiscalização, atuando fortemente contra tudo e todos que agiam ilegalmente. Em uma dessas, 7 caminhões transportando madeiras ilegais foram apreendidos. O dono? O vice prefeito de Anapu que recebeu uma multa de mais de 1 milhão de reais. Absurdamente não somente o pedido da governadora fora aceito, como a jurisdição do IBAMA em Anapu que antes pertencia a Altamira, passou a Belém.
Felizmente, nessa audiência pública do último dia 25 de janeiro, a verdade veio a tona, e esse grupo, liderado pelos Josildo, Luis Sena, Manoel e Chiquinho do PT, foi desmascarado e os pleitos da CPT foram atendidos porque pautados pela legalidade.
A Comissão Pastoral da Terra externa sua preocupação com a falta de escrúpulos de pessoas que não hesitam em usar, como massa de manobra, pessoas pobres e ingênuas, para objetivos nada nobres, como é o caso da construção da Hidrelétrica de Belo Monte, onde grupos fazem pressão orquestrados por ambições desmedidas de quem não ouve os apelos do povo pobre da região, os argumentos dos cientistas e juristas, que apontam para consequências nefastas sobre o povo excluído da divisão das riquezas e que será expulso de suas terras.
Registramos que a CPT não tem qualquer vinculação político/partidária e seu trabalho se pauta exclusivamente em apoiar e reivindicar os direitos dos trabalhadores da terra por fidelidade a Deus e aos pobres da terra.
Repudiamos essa tentativa espúria de criminalizar o trabalho do Pe. Amaro, coordenador da Comissão Pastoral da Terra, da Irmã Jane e Irmã Kátia, religiosas da mesma congregação de Dorothy.
Infelizmente assistimos a reedição do que aconteceu com Irmã Dorothy em 2004. Esta ação de Josildo, Luis Sena e Chiquinho do PT nos faz lembrar as ações daqueles que pregavam abertamente contra a Irmã, chegando a ser considerada como persona non grata no município de Anapu só porque, como agente da CPT, denunciava as violações dos direitos dos trabalhadores rurais, os crimes de grilagem de terras públicas e ambientais, especialmente a extração ilegal de madeiras e cobrava que fosse feita a reforma agrária naquelas terras.
Por contrariar os interesses dos chamados sudanzeiros, madeireiros, grileiros e seus asseclas, foi assassinada, cruel e covardemente, em 12/02/2005.
Hoje é Pe. Amaro, Irmã Jane e Irmã Kátia, que ouvem as incitações semelhantes às que faziam contra irmã Dorothy.
Quem mudou?

Precisamos olhar a história, os fatos são recentes e precisamos voltar nossos olhos para o que aconteceu em Anapu.


Lembramos aqui o dia 28/10/2008 quando ocorreu mais uma tentativa de grilagem das terras do lote 55, quando um dos acusados do assassinato de Ir. Dorothy, que respondia em liberdade, voltou à cadeia no final do mesmo ano por ter tentado mais uma vez se apossar das terras. Esta última tentativa aconteceu em uma reunião no INCRA quando ele convocou os trabalhadores rurais que moravam no lote, pagou suas passagens e a estadia na cidade, tudo com intuito de convencê-los de que era proprietário das terras. A reunião foi registrada em ata. No documento, fica claro que “Taradão” declarou ser proprietário da área e propôs aos trabalhadores a divisão da mesma, para que cada família ficasse com uma pequena parte e os dois terços restantes fossem liberados para exploração econômica pelo fazendeiro. Sobre este episódio, Taradão responde ao processo de número 2009.39.03.000016-4 tramita na Justiça Federal em Altamira/PA.

Esperamos que desta vez o Governo Federal não chegue tarde demais e que atue no sentido de conferir segurança não somente aos agentes da Comissão Pastoral da Terra, mas principalmente dos trabalhadores que querem a garantia de seus direitos e que não se vendem por trinta moedas de prata.
Os trabalhadores do PDS são os verdadeiros defensores da floresta, do Projeto de Desenvolvimento Sustentável criado pelo Governo Federal. O INCRA tem trabalhado, mas ainda falta muito.

As terras públicas precisam ser destinadas para a reforma agrária. Os grileiros, criminosos que comercializam e se apropriam ilegalmente das terras da União precisam ser punidos. O desmatamento ilegal precisa ser, efetivamente, coibido.

Ressaltamos o esforço e o trabalho do INCRA em destinar áreas que estavam nas mãos dos grileiros para a reforma agrária, em colocar procuradores para trabalharem na região, mas ressalvamos que precisa avançar mais e de forma mais rápida para que tragédias, como a ocorrida no dia 12 de fevereiro de 2005 não se repitam e para que o povo tenha fé e confiança que a verdade sempre triunfará.

“Deus ouve o clamor do seu povo e está presente na luta dos trabalhadores”


(Êxodo 3, 7-10)


Comissão Pastoral da Terra Xingu – Anapu/Altamira


Em apoio assinam:


Movimento Xingu Vivo para Sempre, Comissão de Justiça e Paz da CNBB Regional Norte II, Prelazia do Xingu, Movimento Mulher, MAB, Via Campesina, MPA, Conlutas



Notícia Postada em 11/02/2011 por: Comissão Pastoral da Terra Xin

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Nova coordenação de FVPP assumiu os trabalhos com festas em Altamira.

João Batista é o novo coordenador da Fundação Viver Produzir Preservar-FVPP ele assumiu na última sexta-feira as 20 horas no salão de eventos Aquarios em Altamra. O evento serviu também para o encontro de antigas Lideranças dos Movimentos Sociais da Transamazônica e Xingu, territórioda FVPP. Ana Paula, ex-coordenadora, foi bastante elogiada pelos trabalhos realizados durante seu mandado.
A FVPP é resultado da união das Entidades de Trabalhadoras/es que lutam pelo fortalecimento da Agricultura Familiar. Já organizou várias caravanas de representantes de todos os munícipios da região Transxingu rumo á Belém, reevindicar junto ao governo de Estado do Pará. E caravanas e acampamentos em Brasília-DF denunciando o abandono da região e apresentando propostas e muitas já praticadas, como asfaltamento da rodovia da Trazamazônica, melhoria da Educação como o Projeto Gavião que formou os professores leigos e lideranças com Magistérios e propôs novos cursos para UFPA. Os ACS -Agentes Comunitários de Saúde foi a primeira conquista na área de saúde. O Hospital Regional, a Energia de Tucuruí, as Casas Familiares Rurais, projetos ambientais e tantos outras foram propostas discutidas e apresentadas aos governos que transformaram em políticas públicas.
A FVPP tem sede em Altamira e trabalha com convênios com o governo do Estado, Federal e ONGs Internacionais. Visite o site www.fvpp.org.br

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Eleições em Brasil Novo volta ao debate político

No último sábado dia 5 de fevereiro de 2011 a Serraria Lorenzoni foi sede do encontro de simpatizantes e lideranças dos partidos que compõe o grupo de oposição ao governo municipal em Brasil Novo. Num palanque improvisado o público ouviu a falação dos presidentes Deda do PV,  Luzia Conradi  do PDT, Josenil Morais do PSDB, Jr Lorenzoni do PMDB e Marta Suely do PT. Também falaram  Wanderley Ribas coordenador da EMATER municipal e Pastor Nenzim falou em nome das igrejas presentes. Zé Carlos, que foi candidato a vice prefeito no pleito passado, confirmou a continuidade no grupão. Alexandre Lunelli, fundador e lider do grupão, falou do objetivo do encontro que pretende permanecer unido lutando por outra eleição para prefeito ainda este ano e participar das próximas eleições em Brasil Novo. Falou ainda que depois do encontro uma comissão estaria saindo rumo a Brasília-DF participar de audiência com ministra do TSE, encontro marcado pelo gabinete do deputado federal Zé Geraldo, que também esteve presente. Falou das obras do asfalto da Transamazônica sentido Anapu e sobre Medicilândia não está funcionando devido as brigas internas da Semeng que ganhou a concorrência, "este ano a empresa  se equipa  ou perderá o contrato" afirmou Zé. Segundo informações de funcionários da Semeng  outra empresa denominada Dínamo está na região se preparando para trabalhar no asfaltamento em parceria com a empresa responsável da obra. O deputado falou que até 2014 o asfalto chegará em Rurópolis. Terminou parabenizando o município pelo grupo político em preparação das eleições 2012. O público saboreou um churrasco no encerramento do evento. 

NOTA PÚBLICA DO PAINEL DE ESPECIALISTAS


O grupo de pesquisadores, professores universitários e estudantes de pós-graduação que
constitui o Painel de Especialistas tem dialogado, nos últimos dois anos, com os movimentos
sociais e indígenas da região de Altamira sobre o Projeto da UHE Belo Monte, com a
finalidade profícua de produzir uma análise criteriosa dos documentos referentes ao seu
processo de licenciamento. Neste momento em que o IBAMA autoriza a construção de obras
(canteiros, prédios, estradas), o desmatamento de 238, 1 hectares, e a abertura de clareiras e
picadas nos rios Bacajá e Xingu, mediante a
de Supressão de Vegetação nº 501/2011 e a
respectivamente, o Painel de Especialistas vem manifestar seu posicionamento de repúdio a
estes novos atos para o avanço da construção da contestada Hidrelétrica de Belo Monte e
convocar os cientistas do Brasil e do mundo para se unirem em defesa da Amazônia e,
especialmente, da VIDA.
1. Em outubro de 2009, o Painel de Especialistas, composto por antropólogos,
sociólogos, biólogos, engenheiros elétricos e mecânicos, economistas geógrafos,
especialistas em energia, ecólogos, ictiólogos, hidrólogos, etnólogos, zoólogos,
cientistas políticos e pesquisadores da área de saúde pública e da assistência social,
protocolou no IBAMA e no Ministério Público Federal um documento de análise
crítica dos Estudos de Impacto Ambiental da UHE Belo Monte (disponível em
a) A subestimativa de impactos decorrente da inadequação metodológica e
conceitual utilizada na delimitação de área diretamente afetada, áreas de
influência e de atingido.
b) A artificial exclusão dos Povos Indígenas que vivem na área denominada Volta
Grande do Xingu – com uma extensão de mais de 100km, para a qual está
prevista a redução em até 80 % da vazão do rio – do conjunto de « atingidos
diretamente » pelo empreendimento. São eles: Juruna do Paquiçamba, Arara da
Terrã Wãgã, Xikrin do Bacajá e grupos Juruna, Arara, Xipaya, Kuruaya e
Kayapó que, imemorial e/ou tradicionalmente, habitam as margens deste
trecho do Rio.”
c) A inexplicável exclusão dos Povos Indígenas Xipaya e Kuruaya que habitam
respectivamente as margens dos rios Iriri e , principais tributários do rio Xingu,
nesta região do conjunto de etnias que vivem no trecho Médio do rio Xingu e
seus tributários.
d) A violação aos direitos dos Povos Indígenas, assegurados tanto na Constituição
Brasileira, quanto na Convenção 169 da OIT - as quais determinam que os
Povos Indígenas afetados sejam antecipadamente consultados por meio de
procedimentos probos.
A ausência e/ou insuficiência de estudos hidrológicos, envolvendo níveis de
água, hidrossedimentologia e implicações sobre lençol freático e
desdobramentos sobre a qualidade da água. Esta insuficiência resulta, por um
lado, em desconsiderar a severa diminuição dos níveis de água no trecho
seccionado do rio (Volta Grande); a drástica diminuição do lençol freático e a
redução de níveis de água de até cinco metros em trecho entre a barragem
Pimental proposta e a foz do rio Bacajá. Consequentemente, desconsidera o
grau de insegurança hídrica a que as populações que habitam essa região serão
submetidas. Por outro lado, na altura da cidade de Altamira, a desconsideração
das consequências do aumento do lençol freático e dos riscos do afloramento
de água na cidade torna imprecisas as cotas informadas no EIA.
e) O prejuízo econômico decorrente do funcionamento sazonal da usina, que
resultará da ociosidade operativa de Belo Monte - imposta inexoravelmente
pela vazão natural flutuante do rio Xingu, a qual impõe um
entre a potência instalada e a potência média estimada durante o ano. Esta
omissão na análise, simultaneamente, afeta a conclusão sobre a viabilidade
técnica e econômica da obra bem como abre capítulos futuros de ameaças
ambientais e sociais já identificadas no passado sobre grandes extensões
territoriais potencialmente alagáveis, caso sejam construídos barramentos a
montante para regularizar a vazão do rio.
out2009.pdf), no qual apontava, dentre outros, 8 pontos críticos do projeto:gap superior a 60%
f) exclusiva da situação proporcionada pela barreira geográfica que são as
corredeiras e pedrais da Volta Grande, que isola em duas ecorregiões os
ambientes aquáticos da bacia do Rio Xingu, constituindo
serão destruídos. Alerta-se que, apenas com base no caráter irreversível do
impacto sobre a ictiofauna no Trecho de Vazão Reduzida, a conclusão técnica
que deveria ser formalizada no EIA é que o empreendimento AHE Belo Monte
do ponto de vista da ictiofauna é tecnicamente inviável, e irá provocar a
mortandade de milhões de peixes ao longo dos mais de 100 km da Volta Grande.
g) A ausência de análise preditiva sobre a aceleração do desmatamento resultante
do projeto e seus efeitos, da nova dinâmica demográfica e fundiária e de suas
repercussões sobre o acesso à terra, aos serviços de educação e de saúde. No
caso da saúde, ainda, os riscos da proliferação de doenças como a malária, da
reurbanização da febre amarela e de recrudescimento da síndrome de Altamira.
h) Inúmeros problemas nos estudos de impacto ambiental em praticamente todas
as disciplinas envolvidas, incluindo erros metodológicos ou insuficiência nas
coletas de dados; omissão de publicações relevantes nas revisões de literatura,
coincidindo com aquelas que poderiam evidenciar problemas no projeto; e
análise enviesada das informações obtidas de forma a justificar subestimativas
dos impactos do projeto.
2. Em 01 de fevereiro de 2010, o Presidente do IBAMA concedeu uma licença ambiental
parcial (Licença Prévia nº 342/2010), vinculada ao cumprimento de 66 condicionantes,
dentre as quais estudos apontados como insuficientes pelo Painel de Especialistas.
3. Em dezembro de 2010, especialistas de diversas disciplinas, participando do III
Encontro Latinoamericano Ciências Sociais e Barragens, novamente destacaram a não
racionalidade deste projeto, por suas inconsistências e incongruências econômicas
(custo do projeto, imprevisibilidade e superestimação da quantidade de energia
gerada); ambientais (desmatamento, efeito estufa, destruição de ecossistemas, perda de
biodiversidade e de espécies endêmicas vegetais e animais); e sociais (deslocamento
compulsório de populações urbanas e rurais, migração desordenada, riscos à saúde; à
segurança alimentar; à segurança hídrica; estrangulamento dos serviços de saúde e
educação). Ver: III Encontro Latinoamericano Ciências Sociais e Barragens, 2010,
Belém. Anais. Belém : NAEA, 2010.

Lideranças indígenas, do movimento social da cidade e do campo de Altamira,
presentes neste Encontro em mesas redondas e rodas de diálogo, mais uma vez
ressaltaram questões críticas do Projeto e o que é inaceitável: o desrespeito aos direitos
dos Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais, ribeirinhos e a ameaça às suas
existências pela completa reviravolta em seus modos de vida. Não é possível ignorar
as palavras do Cacique Raoni que em nome da construção da Hidrelétrica de Belo Monte.
O Painel de Especialistas, baseado nas análises realizadas e no acompanhamento do
não cumprimento das condicionantes constantes da Licença Previa de fevereiro de 2010,
Comunidades Tradicionais e movimento social e endossa as palavras do cacique Raoni.
4. Desde a concessão da Licença Prévia, lideranças indígenas e o movimento social de
Altamira acompanham a atuação da FUNAI, dos governos locais, do fórum de prefeitos e ainda da empresa Norte Energia que, no afã de produzir adesões e imobilizar as posições de atores críticos à realização da obra, utilizam-se de uma série de estratégias de cooptação, que vão da oferta de cestas básicas, combustível, etc., até constrangimentos e intimidações para compra das terras de agricultores familiares que vivem na área agora que o governo pretende liberar para a construção do canteiro.
Provocam, deste modo, o faccionalismo entre grupos indígenas e camponeses e
semeiam o medo e a migração precoce daqueles que temem tudo perder.
5. As posições dos Governos Federal, Estadual e Municipal têm se concretizado no
sentido de reduzir e ignorar as críticas. As recomendações e questionamentos dos
especialistas não são respondidos; as denúncias, apelos, demandas e preocupações dos
movimentos sociais e dos povos indígenas são ignorados; o papel fiscalizador do
Ministério Público Federal, expresso em uma dezena de ações civis públicas, é
desconsiderado. Os convites procedentes de organizações da sociedade civil para a
realização de debates públicos são silenciados.
6. Acompanhamos o movimento de peças no jogo político. O governo brasileiro, em 01
de janeiro de 2011, reafirmou os compromissos deste projeto que há mais de duas
décadas tem sido contestado. Reafirmação simbolizada na recondução do Ministro de
Minas e Energia para dar continuidade às decisões ou aos compromissos previamente
assumidos com os atores interessados em sua implementação. As condicionantes
anexadas às licenças ambiental prévia e de instalação atestam, por um lado, a
complexidade do projeto e o não cumprimento da legislação nacional referente ao
tema. E, por outro, sugerem a pressão para emissão destas licenças, em condições de
descumprimento da lei e de abandono das cautelas técnicas.
A perda de biodiversidade da região – inclusive de espécies endêmicas –habitats únicos quepaz e do respeito exigia a nãonº 342/2010, de 01compartilha das mesmas preocupações dos Povos Indígenas,
7. Em 26 de janeiro de 2011, o presidente substituto do IBAMA concedeu a Licença de
Instalação (nº770/2011), autorizando a instalação do canteiro, alojamentos para
trabalhadores, abertura de estradas e outras obras de infra-estrutura da construção,
novamente acompanhada de condicionantes. Simultaneamente, emitiu a Autorização
de Supressão de Vegetação nº 501/2011, que autoriza o desmatamento de 238,1
hectares, sendo 64,5 hectares integrantes de Área de Preservação Permanente (APP).
Cabe ressaltar, em particular, que a Licença de Instalação nº770/2011, foi precedida
por lacônico ofício da FUNAI, emitido em 20 de janeiro de 2011, no qual o seu
Presidente afirma não haver “óbice para emissão da licença Instalação-LI das obras
iniciais do canteiro de obras da UHE Belo Monte” (Ofício nº013/2011/GAB-FUNAI).
8. Em 02 de fevereiro de 2011, o presidente substituto do IBAMA prossegue com as
autorizações, desta feita emitindo a Autorização de Abertura de Picada nº505/2011 nos
rios Xingu e Bacajá, onde se encontram as Terras Indígenas Trincheira-Bacajá,
Paquiçamba e Terrã Wãgã .
9. associações indígenas, em nota de repúdio à Licença de Instalação nº770/2011 do
IBAMA afirmam que vão continuar se opondo ao desastre social e ambiental iminente
e responsabilizam « o Governo Brasileiro por qualquer gota de sangue que venha a ser
derramada nesta luta ». Disponível em www.xinguvivo.org.br
Em 27 de janeiro de 2011, 43 organizações e associações da sociedade civil, inclusive
10. Em 27 de janeiro de 2011, O Ministério Público Federal (MPF), no Pará, ajuizou ação
civil pública em que pede a suspensão imediata da licença concedida pelo IBAMA
(Processo nº 968-19.2011.4.01.3900 – 9º Vara Federal em Belém). Em nota divulgada
pela ASCOM/PR-Pará, o MPF, afirma que « a licença é totalmente ilegal porque não
foram atendidas pré-condições estabelecidas pelo próprio IBAMA para o
licenciamento do projeto, como a recuperação de áreas degradadas, preparo de infraestrutura
urbana, iniciativas para garantir a navegabilidade nos rios da região,
regularização fundiária de áreas afetadas e programas de apoio a indígenas. Até a
emissão da mencionada licença, 29 condicionantes não tinham sido cumpridas, 04
foram realizadas parcialmente e sobre as demais 33 não há qualquer informação ».
11. Em 20 de dezembro de 2010, em vídeo gravado, José Carlos e Josinei Arara já
informavam que jamais receberam visita da FUNAI, para falar ou esclarecer sobre as
condicionantes indígenas incluídas na Licença Prévia de Belo Monte. No caso
específico da Terra Indígena Terrã Wãgã – demarcação e desintrusão – nada foi
realizado (disponível em:
Igualmente, a liderança Ozimar Pereira Juruna afirma que não houve qualquer ação
relativa à fiscalização e à ampliação da Terra Indígena Paquiçamba. Segundo Ozimar
Juruna, o coordenador da FUNAI em Altamira afirmou, em visita à aldeia ocorrida no
mês de dezembro, que Belo Monte não seria construída sem o atendimento às
condicionantes. (disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=KoDm3SHeEys).
http://www.youtube.com/watch?v=dycQ49n9mGw&feature=related
Indígenas estão situadas na Volta Grande do Xingu e ambos ratificam a falta de
conhecimento de ações relativas ao cumprimento das condicionantes e reiteram a
absoluta falta de participação em qualquer decisão tomada pela FUNAI.
12. No acompanhamento da execução das Ações Antecipatórias como requisito para
emissão da Licença de Instalação de Belo Monte, registramos importantes lacunas no
Programa de Orientação e Monitoramento da População Migrante e no Projeto Básico
Ambiental, em especial no Programa de Monitoramento dos Aspectos
Socioeconômicos, no Plano de Atendimento à População Atingida e no Plano de
Atendimento à Saúde.
Programa de Orientação e Monitoramento da População Migrante - Há três questões
que chamam especialmente atenção neste Programa: 1)A confiança do empreendedor
em sua capacidade de definir sem quaisquer margens de erro o número de imigrantes
que serão atraídos pela obra; 2) O comprometimento do empreendedor com os
objetivos como “acompanhar”, “monitorar”, “apresentar informações” e “subsidiar
estudos”, ações que não implicam uma responsabilidade efetiva sobre os impactos a
serem gerados pela imigração maciça na região; 3) A ausência de obrigatoriedade
legal do empreendedor a respeito de ações mitigatórias associadas aos processos
imigratórios gerados pela obra; 4) A ausência de comentários a respeito da relação
entre a imigração gerada pela obra e a pressão sobre as terras indígenas, unidades de
conservação e o mercado de terras da região.
Projeto Básico Ambiental – Predomina neste Plano a subestimação da incerteza, isto é,
prevalece a suposição de que há controle e de que este controle é suficiente para
legitimar politicamente, ao mesmo tempo, as instituições de controle e o
empreendimento. Mas acontece que em lugar de “preocupações infundadas”, como
supõe implicitamente o otimismo tecnológico do PBA, tratam-se de questões
intelectualmente fundadas, através das quais não se demanda ingenuamente “incerteza
zero”, mas sim a consideração de que a incerteza é mais radical do que aquela
admitida pelos planejadores. Eis, pois a pergunta fundamental que falta: há alguma
boa razão para não levarmos em conta estes desconhecimentos?
Programa de Monitoramento dos Aspectos Socioeconômicos - Nos indicadores
preliminares estabelecidos para o monitoramento, estão ausentes aspectos importantes
ligados à questão ambiental como as transformações e conflitos relacionados à posse
da terra e às transformações no acesso e apropriação de ecossistemas necessários à
manutenção da vocação produtiva de certo número de grupos populacionais e da
constituição de suas identidades. No tema fundiário, além do acompanhamento da
negociação e aquisição de benfeitorias e imóveis rurais, não estão formulados
indicadores que permitam fazer o monitoramento dos possíveis processos de
concentração de terras que já estão acontecendo e que poderão se acirrar a partir do
início das obras. Processos que afetariam principalmente a agricultura familiar, a
silvicultura, a pecuária familiar e as atividades extrativistas. Esta dinâmica fundiária
relaciona-se inclusive com a manutenção ou não das condições de um eventual retorno
da população para seus lugares de origem. Os temas que aparecem como estudos a
serem eventualmente desenvolvidos e não como indicadores são centrais para se
compreender qualitativamente as transformações, tal como, por exemplo, nas
condições de vida da população e nas mudanças nos modos de vida.
Plano de Atendimento à População Atingida -
urbanas, pode ser compreendido como um plano de reforma fundiária fundamentado na
remoção/relocação e na regularização fundiária de determinados assentamentos urbanos
descritos como vulneráveis ou de interesse social. Os principais argumentos que visam a
legitimar os programas e projetos estão fundamentados na idéia de “melhorias das condições
de vida das populações atingidas”. Entretanto, as condições de melhorias não são explicadas.
Há uma espécie de crença que associa melhoria de vida à dinamização do “mercado”. A
insatisfação da população, os potenciais conflitos ou o não reconhecimento do potencial de
“melhorias” das ações propostas, de acordo com o relatório, podem ser solucionados através
de um Plano de Redução – proposto tanto para as áreas urbanas, como para as áreas rurais.
Este, por sua vez, é apresentado como estratégia de convencimento.
). Estas TerrasEste plano, sobretudo em relação às áreas
Plano de Atendimento à Saúde - O empreendedor propõe estruturar a Atenção
Primária, porém não faz referência à estruturação da média e alta complexidade do
sistema de saúde. No Programa de Vigilância Epidemiológica, Prevenção e Controle
de Doenças e no Programa de Controle da Malária são citados procedimentos
clássicos da vigilância epidemiológica, porém não define fluxos de referência e
contra-referência em caso de surtos ou epidemias. Não apresenta um programa
adequado aos impactos gerados pelo fluxo migratório para a construção do projeto,
como por exemplo: o aumento das DST/AIDS, violência, uso de álcool e drogas e
outros. Ainda nesse contexto de fluxo migratório, o empreendedor não considerou o
cenário de risco relacionado à síndrome hemorrágica de Altamira (SHA), uma
patologia autóctone da região da rodovia Transamazônica, principalmente no
município de Altamira, definida como uma púrpura trombocitopênica de natureza
imunológica, desencadeada, em indivíduos hipersensíveis pela secreção salivar
introduzida através da picada de determinada espécie de insetos hematófagos do
gênero Simulium (borrachudos, ou piuns).
Alertamos a sociedade brasileira para o risco da reurbanização da febre amarela, pois
os fatores de risco potencial estão presentes no contexto do Aproveitamento
Hidrelétrico de Belo Monte: a) presença do
influência direta e indireta do AHE Belo Monte: b) intenso processo migratório
levando a possibilidade de importação do vírus dos ambientes silvestres para os
urbanos. A febre amarela reveste-se de grande importância epidemiológica por sua
gravidade clínica e elevado potencial de disseminação em áreas urbanas.
As secretarias municipais e estadual de saúde são citadas como parceiras responsáveis
pela execução dos programas. Dessa forma o empreendedor externaliza a
responsabilidade lançando o ônus dos impactos para a sociedade local. Ademais, não
são apresentadas as capacidades institucionais para realizar as ações, principalmente:
Vigilância Epidemiológica, Sanitária, Ambiental e Saúde do Trabalhador. O Programa
de Saúde e Segurança, restringe-se a descrever as normas regulamentares do
Ministério do Trabalho. Assim, não se trata de um programa de saúde especifico que
reflita ações para o enfrentamento das realidades locais e as incertezas envolvendo a
complexidade dos impactos à saúde da população.
13. No conjunto de documentos sobre Belo Monte disponível na página eletrônica do
IBAMA, não há qualquer arquivo sobre Programas e Planos referentes aos Povos
Indígenas.
14. O acompanhamento do Plano Básico Ambiental, do atendimento das condicionantes
expressas na Licença Prévia e das justificativas expressas na “Licença de Instalação
Parcial” - que sequer figura na legislação referente ao Licenciamento Ambiental
Brasileiro - evidenciam, para nós membros deste Painel, que existe um processo de
transformação daquilo que deveria ser prévio e condicional em medida genérica de
acompanhamento e monitoramento. Avilta-se, através deste triste exemplo, a
possibilidade do licenciamento ambiental se constituir enquanto ferramenta de
planejamento público e como peça de compromisso social. Procura-se decompor uma
das etapas da licença para atender a temporalidade particularista da “janela
hidrológica” que atende ao cronograma da construção civil e suprime a cidadania e
direitos da população ameaçada pelo projeto, pela pressa administrativa e pela
superficialidade das ações tomadas após a concessão da Licença Prévia. Este último
movimento do processo de licenciamento denota descompromisso do empreendedor
com o equacionamento entre o aproveitamento hidrelétrico pretendido, os direitos da
população e o meio ambiente.
O Painel de Especialistas alerta a opinião pública e as autoridades máximas do governo
brasileiro para os riscos de uma situação social explosiva, e endossa a preocupação com
consequências ecológicas e culturais nefastas e irreversíveis.
O Painel de Especialistas apela aos cientistas brasileiros e do mundo a adotar uma posição
crítica e vigilante, a direcionar os seus estudos para produzir evidências sobre o desastre
econômico, social e ambiental anunciado, a compartilhar do esforço de publicizar resultados
de pesquisas sobre as questões técnico-científicas e políticas do projeto.
O Painel de Especialistas repudia a concessão da
Aedes Aegypty nos municípios deLicença de Instalação nº770/2011, a
Autorização de Supressão de Vegetação nº 501/2011 e a
nº505/2011 e convoca os cientistas do Brasil e do mundo a se unirem em defesa do
compromisso social da Ciência e de seus profissionais de não realizar atos ou tomar decisões
que representem destruição de culturas, extinção de espécies e ameaça à vida e à paz.
Amazônia, Brasil, 04 de fevereiro de 2011.
Autorização de Abertura de Picada


quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

MPF pede exclicações para o IBAMA sobre Licença de Belo Monte e o caso da FUNAI

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a empresa e a concessionária Norte Energia S.A., que vai construir a hidrelétrica de Belo Monte, no município de Altamira (PA), têm até a próxima semana para prestar informações à Justiça Federal sobre licença ambiental que autoriza a abertura do canteiro de obras do empreendimento. A notificação do Ibama, do BNDES e da Norte Energia foi determinada nesta sexta-feira (28) pelo juiz federal Ronaldo Desterro. O magistrado aprecia ação civil pública proposta pelo Ministério Público Federal, que pede liminarmente a suspensão imediata da licença parcial ou fragmentada concedida na quarta-feira (26) pelo Ibama para instalação do canteiro de obras da hidrelétrica. O processo movido pelo MPF foi autuado sob o número 968-19.2011.4.01.3900 e está tramitando na 9ª Vara Federal, a única, em todo o Estado, especializada no julgamento de questões que afetam o meio ambiente. As notificações foram feitas por meio de cartas precatórias, instrumento processual que autorizada um outro juiz, fora do Estado, a recolher as informações e remetê-las à Justiça Federal em Belém. A notificação do Ibama será feita em Belém mesmo. O BNDES será notificado no Rio de Janeiro (RJ) e a Norte Energia, em Brasília (DF). Somente depois que receber as explicações é que a 9ª Vara vai decidir se concede ou não a liminar.                                                                        Na ação, o MPF alega que a licença expedida pelo Ibama é ilegal porque não foram atendidas pré-condições estabelecidas pela própria autarquia para o licenciamento do projeto, como a recuperação de áreas degradadas, preparo de infra-estrutura urbana, iniciativas para garantir a navegabilidade nos rios da região, regularização fundiária de áreas afetadas e programas de apoio a indígenas. Segundo o Ministério Público, até a emissão da licença provisória, 29 condicionantes não tinham sido cumpridas, quatro foram realizadas parcialmente e sobre as demais 33 não há qualquer informação. No ano passado, o MPF questionou a Norte Energia sobre o cumprimento das condicionantes. A concessionária pediu ampliação de prazo para dar a resposta, que acabou não sendo apresentada. Para o MPF, essa situação “evidencia que o processo de cumprimento das condicionantes está em um estágio inicial que não permitia a concessão da licença”.
Fonte: Amazonia.org

Apesar de ser contra Belo Monte, Funai dá parecer favorável à obra

Os técnicos da Fundação Nacional do Índio (Funai) não concordam com a Licença de Instalação para Canteiro de Obras para Belo Monte, emitidos pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Apesar disso, o presidente da fundação, Márcio Meira, emitiu ofício não se opondo à concessão da licença. Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, a Funai enviou ao Ibama, no dia 14 de janeiro, um documento que destaca preocupação dos seus técnicos com a localização das obras, a cerca de dez quilômetros da terra indígena de Paquiçamba, e com a ausência de ações significativas para as comunidades indígenas.  "Ainda restam condicionantes e ações emergenciais cujo objetivo era a preparação da região para o empreendimento", diz o documento da equipe técnica da Funai, acrescentando que o não atendimento das condicionantes, caso o Ibama emita a licença de instalação de obras iniciais, "compromete a segurança da condução do processo e da integridade das comunidades indígenas na região".    O texto recomenda ainda que a Funai se manifeste contra a "emissão de qualquer licença de instalação". Contudo, a fundação enviou ao instituto na sexta-feira (21) um documento dando o seu aval para o início das obras, assinado pelo presidente da Funai, Márcio Meira. O documento diz que “A Funai não tem óbice para emissão da Licença de Instalação – LI das obras iniciais do canteiro de obras da UHE Belo Monte". O Ibama emitiu na última quarta-feira (26) uma licença parcial, para a instalação do canteiro de obras de Belo Monte, e uma atorização para a supressão de vegetação do local. ONGs e movimentos sociais protestaram, e o Ministério Público Federal anunciou mais uma ação na justiça contra a licença, que classificou como "ilegal".

Saiba mais:
Veja o documento emitido pela Funai no dia 21: Ofício número 013/2011/GAB-FUNAI
Fonte: Amazonia.org.br

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Dos 20 Deputados Paraenses, três vão se licenciar para ocupar secretaria no governo do Estado

Os 17 deputados federais e os dois senadores eleitos no ano passado pela população paraense para exercer o mandato durante a 54ª legislatura (2011/2014), assumirão o mandato hoje, às 10h. Desse total, três deputados eleitos nem esquentarão a cadeira, já que assumiram cargos de secretários estaduais. É o caso dos tucanos Zenaldo Coutinho e Nilson Pinto e do peemedebista Asdrúbal Bentes, que já estão comandando as pastas da Casa Civil, da Educação e da Pesca, respectivamente. Assim que tomarem posse na Câmara, eles deverão apresentar um comunicado de licença do cargo para reassumirem as secretarias. No lugar deles entrarão os suplentes André Dias (PSDB), Dudimar Paxiúba (PSDB) e Luís Otávio (PMDB).  Com a nova composição, a renovação da bancada federal paraense fica na casa dos 52,6%. No geral, o PMDB e o PT figuram com as maiores bancadas na Câmara dos Deputados, com quatro integrantes cada um. Mas em número de congressistas, o PSDB passa a dianteira, por possuir dois nomes no Senado Federal (o senador reeleito Flexa Ribeiro e Mário Couto, cujo mandato se encerra ao fim dessa legislatura). Os partidos DEM, PPS, PTB, PR, PSC, PDT e PSOL, surgem, cada um, com um representante, completando os vinte parlamentares da bancada federal do Pará para
os próximos quatro anos.