domingo, 16 de janeiro de 2011

Igreja Católica e o Centenário de.Altamira


Há 100 anos o Município de Altamira dava seus primeiros passos rumo ao desenvolvimento. No ano em que comemora-se seu primeiro centenário, para a maioria dos Altamirenses e das pessoas que aqui moram, muito ainda tem-se a descobrir, como por exemplo, o que fez os cidadãos que emprestaram seus nomes às ruas em que transitamos sempre? Por que a estrada que foi iniciada por Coronel Gaioso, que liga o porto de Vitória (Vitória do Xingu) ao Fort Ambé (51º BIS) só foi concluída 12 anos depois por Agrário Cavalcante? Quem primeiro chefiou o governo municipal após a criação de Altamira? Embora seja conhecido apenas por ser nome de Rua, nosso primeiro comandante em 1912 chamava-se Pedro de Oliveira Lemos.

Por ser um município relativamente novo, as obras e acontecimentos que alavancaram o desenvolvimento econômico e cultural ainda se fazem presentes na memória dos que tem idade média acima de 40 anos. Apesar da construção do primeiro aeroporto ter sido iniciada no começo da década de 50, a ampliação aconteceu apenas em 1964, por causa de um empreendimento gigante: A Transamazônica. Tal obra foi sintetizada no bordão do governo Médici. “Terra sem gente, para gente sem terra”. O início da construção da Rodovia transamazônica tem como monumento inaugural uma placa pregada numa castanheira conhecida popularmente como “pau do presidente”.

Comédias da vida real à parte, a população de Altamira carrega um fardo de longo esquecimento, em razão das dificuldades operacionais por parte de antigos governos, buscamos ao longo desses 100 anos sobreviver a tudo que nos foi imposto. Respeitamos opiniões dos que divergem da criação da UHE de Belo Monte, pois grande parte do que somos devemos à luta dos missionários e negar isso ou fazer vista grossa, seria negar a própria existência. É impossível desvincular a história de Altamira, da história de líderes religiosos como os Bispos Dom Clemente Geiger, Dom Eurico Krautler e Dom Erwin Krautler que foram responsáveis pela formação como um todo da população local, através de obras como Prelazia do Xingu (1964); Colégio Maria de Mattias (1953); o Hospital São Rafael (1967) e muitas outras. Como missionários fizeram sua parte e devemos a eles o raciocínio crítico da população. Mesmo com entendimentos relativamente opostos sobre desenvolvimento, lutamos em favor de uma mesma causa: o bem estar de todos da região.

Assim, cada conquista reflete a personalidade de um povo. Com a localização geográfica trabalhando contra a população, cada um a sua maneira é herói. Lutar, sobreviver e vencer as dificuldades, deixa cada um de nós dentro da história do centenário de Altamira.


Fort Xingu

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